(As vezes, lemos tantas coisas bonitas que nos deixam alegres que esquecemos uma triste realidade existente em nossa vida.
Então, como o sal (que tempera), escrevi isso, para instigar.
"Sentir" coisas nos deixa menos soberbos e mais humanos...)

A bela moça passeava
Na rua, muito feliz.
Não viu o pobre mendigo,
Não tropeçou por um triz!

Olha aqui, vagabundo
Escute bem o que digo
Saia daqui bem ligeiro
Leve contigo este cheiro
Que entope o meu nariz.

O homem, pobre coitado,
Sem entender foi saindo.
A moça muito apurada
Foi para a rua apressada.

Um carro ia passando
E a moça ia atingir.
Vendo o pobre mendigo
O desastre que ia ocorrer,
Jogou-se no meio da estrada,
Empurrou a moça pra longe
E uma tragédia evitou.

O destino, tão caprichoso
O mendigo, não quis salvar
Ficou esmagado na rua,
O sangue escorreu na sarjeta
Olhou para a moça, sorrindo
E começou a falar:
Aceites esta gorjeta
Lhe dou com muito carinho
Não vou ficar no caminho
Agora já podes passar…
Claudio.

NOTA:
Trata-se, aqui, de uma alegoria em que procuro mostrar a situação atual do Brasil.
A moça representa os três poderes da República e o mendigo, a nossa sofrida gente humilde.
O carro, ah, o carro!
Este, representa os altos impostos, a corrupção e as absurdas leis que protegem os três poderes.