Meritocracia
Tem gente com fome
Eu não consigo enxergar
Tem gente sem nome
Sem família, sem lar
Tem gente com frio
No chão a deitar
Tem corpos vazios
Sem alma a gritar
Por onde andar? Por onde andar?
Se meus passos são rasos
E não marcam a mudança no mundo
Por que correr, por que ganhar?
Se há
Quem almeja apenas comer
E respirar
Me dê um gole de ilusão
Meu prédio, meus escritório
Minha luxuosa prisão
Prisão perpétua
Na solitária
Sem direito a banho de sol
Sem direito a banho de amor
Eu vou lutar
Não pelo pão do operário
Vou acumular
Riquezas pobres de sentimentos