Um Nada Na Guerra

Homens em brasa aos gritos.
Homens de farda aos tiros.
Um mar de mortos em um silencioso gemido.
A todo momento, eu poderia ser morto ou um inimigo.
Há grande perigo de compor esse mar de sangue
pela tempestade de bombas e tiros a qualquer instante.

Por honra à pátria, o sacrifício.
Por não querer me sentir um covarde, enfrento meu destino
Transformando a arma na minha amante
Para defender tudo o que não quero perder de importante
E para lutar por um mundo melhor num futuro distante.

Oh, Não!! O meu tempo acabou!
Tão rapidamente uma bala em meu peito se instalou.
Agora eu sinto minhas mãos pesadas com todo o sangue que derramei
E me pergunto: Cadê o mundo melhor pelo qual lutei?
Como ter paz através da guerra?
Como ter paz através de tantos oceanos de sangue em diferentes épocas?

Para eu descansar em paz sentindo o fluxo das águas
Que, com o tempo, cicatrizará todas as minhas mágoas,
peço para os governantes lembrarem do meu sacrifício
e buscarem encontrar saídas mais civilizadas para os seus conflitos.

Só assim, teremos um mundo melhor
com mais compaixão à alheia dor.
Só assim, deixarei de ser um nada
que apodreceu num campo de batalha.

Beatriz Nahas
Enviado por Beatriz Nahas em 01/11/2017
Reeditado em 05/11/2022
Código do texto: T6158900
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