LATINO-AMERICANOS
Vossas leis
são contra a paz
E nos calam
a voz.
Nossas vidas
tão desiguais
Foram antes
e após.
Não somos feitos de aço
Tampouco
Enxergamos no escuro:
Nos é nítida a face do medo
Da impunidade que o erigiu cedo
E perdura, ainda emcima do muro.
Com sua matéria sólida
A turvar-nos o próprio fado
Enquanto
Carregando esta culpa católica
Nos dividimos desavisados:
Que embora a língua estrangeira
O mesmo suor por nós é derramado.
Mas não esqueceis
Que somos muitos, ermanos!
Profanos a impiedade
Desta máquina ávida de ganhos
Que o rubro latino derramaste.
Na penúria de riquezas
Temos liberdade no sonho
(Quem derá-nos
A liberdade em vida
Onde o silêncio
És errôneo).
Portanto bradar-iremos
A voz imprecisa
De um povo errante:
No tempo que temos
Ao embalar no colo a esperança
Que o mundo nos encante!
Contrariando a previsão de luto:
Sob o cadáver
Do passado
Nossas ruas
Choram sangue
Esvaindo punhos cerrados.