Marginal Pinheiros

Corpos comprimidos seguem

Amontoados no aço

que corta a cidade.

Em cada traço,

O cansaço estampado

Com o mesmo gesto:

Olham para baixo

Para suas telas

que também são seus laços

Cujo, seus rostos refletem.

A cada estação

A cada parada

Anuncia-se a simbólica riqueza:

A linha esmeralda.

Lá fora...

Prédios espelhados

Disputam espaços nos ares

Refletem as luzes árduas do sol

que aquece a maquina de aço

e fazem os corpos suarem.

Engravatados do alto:

Olham todo esse marasmo

Sentem orgulho,

de toda essa terra, terem sido os carrascos.

De sua boca escorre:

Ganância e poder

Lá em baixo...

O fluxo constante, reduz a vida

daqueles que já não sabe o que é viver.

E o tempo corre,

O luxo cresce:

Soterrando aos poucos

Um rio já morto

Pela ambição dos patrões

E o suor do trabalhador

Cujo a exploração escorre...

De seu corpo!