Natureza bruta
Eu era terra bruta estúpida
Cheia de rachadura
Sobre esse céu
de um azul soberano
Despido de sentimentos
e culpa
De meu corpo
o vento só levantava
poeira e miséria
Era de causar
dor e espanto
O gado morria
seco e aos prantos
O ser do sertão
Pagava penitência
Pedindo milagres com urgência
Enquanto o calango sorria
sobre o sol escaldante
do meio dia
se divertia
Assistindo as tragédias
E toda peleja de agonia
Pela sub vivência
Um dia a chuva caiu
Lavou meu solo
Hidratou minha pele
minhas veias e encheu meus rios
E a vida floresceu
Pôr Alexandre Samambaia