Conversando com Chico e Neruda I

I
No mar do céu
Navegando no barco de estrelas
Dois marinheiros da escrita
Sentados numa mesa celestial
Cheia de taças de vinho
Com garrafas de Casillero del Diablo
Estocadas na dispensa
II
A mesa está farta
Amigos do peito chegam
Para compartilhar
Mares de vinhos
Mares de empanadas
Empanadas de pino
Empanadas de presunto e queijo
Almas amigas se alimentam
Bebem o vinho invisível
Comem a empanada invisível
Mares de convidados
Alimentam seus mares de alma
III
Os marinheiros da escrita conversam
Digo a mestre Neruda
Que Pinochet saiu de cena
Que os militares saíram de cena
Na maltratada América Latina
O mar de pólvora
Já não é necessário
Para manipular e controlar
Nossa alienada sociedade
Hoje se precisa do tripé
Justiça, mídia e legislativo
Para exercer o controle capitalista
Sobre a sociedade escravizada
IV
O golpe militar
Virou golpe institucional
Colocando governos
A serviço do grande capital
No Brasil
Peru
Paraguai
Honduras
O dinheiro é a pólvora do neoliberalismo
Que os ricos concentram em estado puro
Para  esganar os pobres
V
Digo que o mar de tortura do golpe militar
Promoveu o massacre do Estádio Nacional de Santiago
Matando mais de três mil pessoas
Covardemente
Digo que o Senado Chileno
Queria que Pinochet
Se tornasse Senador Vitalício
Transformando o Chile
Num campo de batalha
Digo que o inferno de pólvora e sangue
Se transformou no inferno do dinheiro fictício
No inferno contraditória do consumismo
No inferno contraditório da insustentabilidade
Econômica, social e ambiental
Bruno Valverde
Enviado por Bruno Valverde em 22/02/2018
Reeditado em 10/12/2018
Código do texto: T6261311
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