Carta ao estado de direito

Presente!..

Estamos à protestar...

Tomba uma filha

Tomba um pai

Tomba a justiça

Cala-se uma voz

Um trabalhador

Dois filhos do gueto

Mais um de nós

Despudoradamente

Inconsequentemente

Inescrupulosamente

O fascínio do facínora

Que mandou,

Que disparou,

Que fugil,

Que mandou calar

A democracia e se furtou

Como um covarde

sobre a sombra de sua tirania

Não atirou apenas

contra um ser humano

Não tirou de uma família

O pai ou a mãe

Nem apenas uma filha

Irmã ou primo

Uma mulher ou homem

Acertou sem piedade

A verdade, a dignidade

O brilho de todo um povo

Mas pode ter certeza

Que assassinou uma líder

Mas não sua luta

Suas balas derrubaram uma mulher

E criaram uma mártir

Suas balas feriram um ser

E despertaram um povo,

Que grita Marielle presente!

O Brasil em luto

Clama justiça

Deixemos de criar estatística

Não aceitamos mais impunidade

Não queremos caridade

Buscamos um estado de direito

Justo!

Para Branco

Negro,

Pardo,

Amarelo,

Indígenas,

Mamelucos,

Caboclos,

Hétero

Bissexual

Transsexual

Homem

Mulher

Pobre

Ou rico

Empresário

Ou favelado...

Carta ao estado de direito

Chega de esculacho

O povo exige oque é de direito

Segurança, educação

E respeito ao povo do gueto

Queremos ordem

e progresso

Chega de cadáveres

Está nação não qué maís viver com medo

Abaixo a impunidade

Devolva nossas dignidades

Por Alexandre Samambaia