A Odisseia do Homem Médio.
Era um homem médio
Um brasileiro médio
Um cidadão médio
Com uma vida média
Suas coisas médias
Em uma casa média
Com um carro médio
em uma classe média
Sua família média
Abrangia somente os seus
Sua pátria sendo media
era o limite de sua visão
médio era sua extensão
Seus ideais eram médios
Era uma reprodução
Dos homens altos que adimirava
Por isso seus sonhos eram médios
E médio vagava
O homem médio vendia sua alma média
E dividia no cartão
Traia pequenos e médios
Pra financiar ilusão
Sua visão seletiva
Não enxergava a exclusão
So via do médio ao alto
E todo o resto ignorava
Seu mudo era plástico
E tudo mediação
Fingindo estar feliz
comia as migalhas do pão
O homem médio era limitado
Pela sua atmosfera mediana
O que fazia seus delírios
O sonho de sentir-se bacana
O homem médio não tinha noção de lugar
Pois se sentia homem alto
Mas era homem médio
E respirava o asfalto
Para obter migalhas o Homem médio
obviamente, se vendia a um preço médio
normalmente cotado em dólar nas
bolsas de valores da vida.
Também tinha uma cor média
Nem preto nem branco
Quando os medios apanhavam dos altos
Culpava e odiava seus irmão os homens pequenos
Pois era mais cômodo e sendo pequenos
Não poderiam se defender
Assim seguia covardemente o homem médio
Ouvia uma musica média
Pois sua criatividade era média
Sua cultura média
Sua religião média
Frequentava lugares médios
Com preços acima da média
Que o lembrava todo o tempo
O quanto era homem médio
Sua liberdade era média
Sua felicidade era média
Seus mundo plástico e artificial
Sua alegria banal
seu sonho comercial
Seu deus era médio e castigador
Nunca falava do amor
Mas tinha muito odio
E também muito rancor
Buscando desesperadamente aceitação
O homem médio bajulava o homem alto
E sempre calava diante de injustiças e desmandos
Que estes viessem a cometer
Muitos até defendiam sem que nem saber por que.
Enfim o homem pequeno tinha um grande espirito
isso o tornava o maior de todos
O alto tinha muito poder mais era o menor
Mas o médio era o pior
era: O Médio.