Campos outrora , hoje apenas cidades. A desdita do camponês .

Onde o chão era feliz

Onde a lavoura era farta

Onde o cheiro era de mato

Na relva escorria gotas de orvalho

Plantador tinha o que fazer

Terra para arar

Adubar para nascer

Semear e plantar

Cuidar para ver

Ver flores chegarem

E logo depois frutos colher

Mas para onde tudo foi?

Campo vazio

Agricultor quase não acho

Tudo agora é máquina

Braços são desnecessários

Mas esse homem do campo ?

Será que também ficou mecanizado?

Eu procuro por ti

Entre colheitas e criações , não acho

Um dia tive noticias

Foi achado o matuto

Morando num barraco, apenas outro desgraçado

Na cidade onde só tem concreto

Sua força da liga ao cimento

Clareia o chão da fábrica

E abre os caminhos do progresso

No fim do dia ele volta

Vai para o que aprendeu chamar de lar

Pensando no destino

Quem será que lhe tirou a enxada dura e próspera

Dando-lhe a cada contra-cheque uma nova troça

Patricia Nogueira
Enviado por Patricia Nogueira em 27/05/2018
Reeditado em 27/05/2018
Código do texto: T6347826
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