Selvagens

Eu odeio borboletas por me causarem incômodo,

Vocês matam sapos porquê eles não parecem conosco,

Estamos numa nova geração, chamo isso de revolução,

Onde as pessoas se tornam aquilo que elas são,

Fisicamente elas se tornam, o conteúdo sempre fora;

E o que é humanidade? Poetas e filósofos refletem,

É ter carne? É pensar? É não ser de outra espécie?

Se ele pode pensar, realizar sonhos e ser livre,

Logo representa uma ameaça, devemos temê-lo?

As coisas só nos importam se estão a nosso lado;

Assistimos filmes que matam aliens invasores,

Porque eles não se parecem quase nada com nós,

Subimos no topo da cadeia alimentar, donos do jogo,

Oh, Deus! Não é por sobrevivência, é por narcisismo,

Um toque seu nos libertaria e então o mataríamos;

Nós sentamos elegantes a mesa com garfo e faca,

Nós falamos uma língua muito bem exclamada,

Nós escolhemos uma religião para ser a melhor,

Nós somos selvagens, vikings em barcos de hipocrisia,

Somos apenas selvagens, como qualquer animal;

A humanidade mata, rouba, mente por prazer,

Mas o que lembramos é do pecado original de Eva,

Países ainda mutilando órgãos femininos, cultura?

Nós dizemos que tudo é cultura, é só uma desculpa,

Tudo bem se ela não nos fizer mal, é cultura alheia;

Não queremos problemas alheio, temos os nossos,

Pobres levando culpa por crimes e putaria exaltada,

Quem fode e rouba o país usa gravata cara italiana,

Nos dê uma luta para que possamos diminuí-la,

Como bebês e chamar quem apoia de mimizentos;

Pais de família lutando por essa frágil instituição,

Sendo os primeiros a baterem e expulsarem de casa,

Cometendo homofobia, machismo, racismo e outros,

Pais que impõem medo e não respeito para as crias,

Brigando entre eles, traindo o parceiro...que tempos!

Temos ódio e indiferença nas veias e não gentileza,

Do que nos importa isso tudo se vamos morrer?

Olha como tratamos nossa querida casa azulada,

Apenas nos basta viver como uma versão falida,

De alguém repulsivo que assistimos anos atrás;

(Data: 21 de Junho de 2018)

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