Sonho

Dói-me o dia

No rosto pálido

Que ora uso

Mas porque o uso

não têm que me atirar

pedras grávidas

com soluços de vento

Desse vento que vestes

para ultrapassar a rua cálida

a abarrotar de gente nas esplanadas

em pleno verão

Dói-me a verdade

na semente

das palavras

sobressaltadas

proferidas

na calada da noite

Dói-me a fadiga do peito

que transporto neste corpo

amadurecido na memória

dum tempo

que se perdeu e diluiu

em insónias repetidas

mas

de um sonho ainda

por realizar.

lucianobarata
Enviado por lucianobarata em 06/09/2007
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