Ei, não fuja com a esperança no bolso.

Uns viajam para outro mundo

Outros para dentro do seu

E vai revezando a sensatez de quem perdeu

Uns usam passaportes para se identificar

Alguns usam o nome dos avós para fiado comprar

Quem padeceu?

Quem venceu?

Uns vendem-se

Outros alugam-se

E vai vagando por ai com máscaras

Politizando a vivência

Vendendo crenças, sons e declarações

Doa-se sonhos

Prometem acabar com seu sofrimento

Mas somente se for massivo

E quem suportará ouvir tanto grito?

Ei, não fuja com a esperança no bolso

E nem deixe cair de propósito

O que elimina a vida

Não venda ilusão nas ilhas perdidas com pratas e chimarrão

Nem vá contar histórias

Onde a realidade não consegue alcançar

Não fuja com os sonhos das crianças no bolso

E na pasta não carregue o giz do professor

A vida desmascarará

Seja em um leito de hospital

Ou nos asfaltos esburacados

Que onda é essa de querer roubar

Fingindo querer ajudar

Adriane Neves
Enviado por Adriane Neves em 27/08/2018
Reeditado em 27/08/2018
Código do texto: T6431984
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