NEW SONG OF THE BRAZIL
 
margens plácidas
povo brado
raios fúlgidos
triste fado
 
o penhor desta igualdade
se perde na fraude
nosso braço forte nasceu
com defeito congênito
enquanto a liberdade
é nocauteada pela morte
 
raios fúlgidos
raios vívidos
vidas mortas
ó pátria amada
nos salva ou somos nós
que precisamos te salvar?
 
um dia
rezarei eternamente
um terço explêndido
rezarei infinitas ave-marias
num sonho profundo
depois de ter passado por ti
ó pátria armada
buscando colher flores em teus campos grilados
sem me lembrar
d’alguma glória do passado
 
não, não era glória qu’ela se chamava
era aparecida
mas eu esperava
paz no futuro desta vida
e a única
e a última paz que encontrei
foi a própria morte
por não ter fugido
da luta e nem do raio da ditadura
 
ó pátria amada
quis eu feliz amamentar-me
da liberdade de teus seios
descobri em vinte e dois de abril então
que sou filho deserdado, bastardo
entendi então
por que não me deste um berço explêndido
e nem em meu som falava
de mar, dos teus lindos mares
e nem da lua no teu céu
mas te questionava
“que país é esse?”
“pátria amada
de quem você é afinal
é do povo nas ruas?
ou do congresso nacional”
 
ó pátria armada
minada e violada na própria natureza
em tuas terras farpadas
jaz os meus restos mortais sem certidão de óbito
Cláudio Antonio Mendes
Enviado por Cláudio Antonio Mendes em 07/09/2018
Código do texto: T6442378
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