Merda ventilada
Meu coração sem janela, minha boca sem direção,
O meu poema sem classe, meu peito sem coração.
Os meus interesses secretos viajam com a multidão;
Os meus vícios indiscretos navegam na contramão.
Minhas virtudes existentes, sufocam o meu sistema.
Minha nudez indecente transforma em meu dilema.
A sujeira e a hipocrisia mostram o que a gente sente
Na ausência da cultura de uma nação decadente.
A educação comprometida por jovens tão invisíveis;
Não se “tocam”; nem percebem como estão infelizes.
O cachimbo que é da “paz” não pacifica, só vicia,
A moeda da barganha é qualquer coisa sem valia.
Estamos sem casa, estamos sem norte e sem tenda.
Dê-me uma moeda; que te dou meu corpo; entenda.
Não quero o mundo, não quero ficar mudo e sem arte.
Eu quero o Brasil, quero meu Sergipe não quero marte.
E o poeta, violentado por um tarado que ninguém viu,
É o poeta fodido; abusado! um filho da puta que o pariu.
As rimas ficam sem rumo, e os versos sem direções
Os homens de bem ficam presos; ficam soltos ladrões
No meu leigo saber, e no saber do quase nada
A merda no ventilador, para que seja espalhada
Professor Talvanis Henrique – 20/09/18 – 23:43