SILÊNCIO!
SILÊNCIO!
Não ouso convencer a ninguém
Quisera eu ,
convencer-me a mim
Olho todos os dias para as paredes brancas
e a cada dia as pinto de uma cor
a única tinta que não uso,
joguei fora,
é o rancor
São tantas informações ditas certas
certeiras,
são tantas mentiras lavadas
e invenções quase verdadeiras
São tantos gatos perdendo o medo
de água fria
São tantos inocentes
perdendo alegria
São tantos medos fazendo moradas
tantos extremos
tantas foices
e enxadas
palavras desabafadas
outras desvairadas
e no meio de todo esse poço cavado
Pergunto-me todos os dias
onde está o Brasil açucarado?
Perdeu-se talvez na fala
da boca pra fora
esquecendo-se porém ,
que da boca pra dentro
é onde o homem mora!