O que vi, o que vejo e o que sinto

Quando cheguei você me disse:

És o primeiro que me da atenção neste dia

Recebi um soco direto no estomago

Um forte chute no traseiro

Evidente que não respondo pelos outros semelhantes

Mas sou assemelhado, não igual, mas idêntico

Identifico-me pelas cores na pele

Somos iguais nos sentimentos, nas dores, na forme

Partilhamos do sexo, do nexo

Tateamos o mesmo mundo, colhendo os mesmos frutos

Comemos, escorregamos pelos erros

De nossas escolhas

Falamos, gritamos, choramos

Produzimos os mesmos lixos

Apenas diferimos na qualidade e no preço

Talvez nem isso

Na sua latrina encontra-se o cheiro

Humano distinto do meu

Quando abro o olho, ele nunca mais fechara

Pois passo a enxergar o que antes não via

A mente abre e se expande

Jamais voltara a fechar

Mente resilente não existe

Mente quem o diz superior

Diferente, distinto, maior, melhor

Pelo contrario, és o pior por que deixa de ver

De ter, de sentir a sensação

Compartilhar esta brecha na trilha da vida

Deixa de possuir o prazer de viver

Quando você me disse :

És o primeiro que me da atenção neste dia

Constatei que somos uma matéria distinta e humana

Apenas um produto do mesmo lixo

Luiz Carlos Zanardo
Enviado por Luiz Carlos Zanardo em 06/11/2018
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