Tantas vezes, fui de vez

Ás vezes eu paro no meio da rua
Jogo as mãos para cima
E falo pelos olhos sozinha
Que bagunça

Ás vezes eu subo uns morros
Para recitar o que chamo de poesia
E brado por dentro louca
Mas só saem palavras

Ás vezes abro latas com temas
Em que as únicas respostas são silêncios
E lágrimas que desaguam a dor desigual
Que desaguam pra terra seca
E a vida chove e chora comigo
Chora e chove comigo

Ás vezes entro por ruas e mais ruas como se entrasse em você
Até sumir e aparecer como uma desconhecida
Porque é isto que me arrepia o sonhar

Ás vezes quando um homem pássaro decide assoviar a sua espera
Da terra sobre o corpo
Só para voar
Nessas horas escuto seu adeus choroso de quem me quer
Só a rastejar teu corpo
Meu caminhar te doí
Mas não corte-me as pernas
Não corte-me porque hoje já rezei por ti
Adriane Neves
Enviado por Adriane Neves em 13/11/2018
Reeditado em 10/12/2018
Código do texto: T6501730
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