Alvo

Foram  tempos escuros de tão branco. 

Marcados com sangue vermelho: Negro. 

A peste exterminadora de ódio alvo. 

Contra a pele da noite que é calma. 

Com a foice de ódio branco, 

Arma que ceifa o amanhã, 

Sugou-se a seiva que mantinha a vida e, 

Foi-se a pérola de brilho negro. 

 

Olhou ao céu enquanto está noturno, 

negra tez que lhe habita a pele. 

Que te deu a graça de uma negra vida, 

Que te deu a pele de uma deusa noite. 

 

Pediu novamente a vida livre que tinha 

Perdeu a raiz que lhe trazia a vida  

Pediu que sua alma ficasse livre do corpo  

Perdeu o sorriso que lhe habitava o rosto. 

 

Era livre como o pássaro em céu limpo 

Veloz como o felino em solo descampado 

Nadava com os peixes e via as estrelas. 

Até a chegada da morte branca. 

 

A morte branca nos condenou à vida 

Sepultou-nos na superfície desta terra. 

A bela noite se esvaiu de meus olhos. 

A brancura dessa gente levou minha luz. 

 

Oh noite! Por que vagueias neste céu? 

Porque pairas neste cruel solo? 

Amaldiçoe-os com sua perpétua ausência  

Que a luz do dia não saia de suas cabeças

John Canere
Enviado por John Canere em 02/12/2018
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