Alvo
Foram tempos escuros de tão branco.
Marcados com sangue vermelho: Negro.
A peste exterminadora de ódio alvo.
Contra a pele da noite que é calma.
Com a foice de ódio branco,
Arma que ceifa o amanhã,
Sugou-se a seiva que mantinha a vida e,
Foi-se a pérola de brilho negro.
Olhou ao céu enquanto está noturno,
negra tez que lhe habita a pele.
Que te deu a graça de uma negra vida,
Que te deu a pele de uma deusa noite.
Pediu novamente a vida livre que tinha
Perdeu a raiz que lhe trazia a vida
Pediu que sua alma ficasse livre do corpo
Perdeu o sorriso que lhe habitava o rosto.
Era livre como o pássaro em céu limpo
Veloz como o felino em solo descampado
Nadava com os peixes e via as estrelas.
Até a chegada da morte branca.
A morte branca nos condenou à vida
Sepultou-nos na superfície desta terra.
A bela noite se esvaiu de meus olhos.
A brancura dessa gente levou minha luz.
Oh noite! Por que vagueias neste céu?
Porque pairas neste cruel solo?
Amaldiçoe-os com sua perpétua ausência
Que a luz do dia não saia de suas cabeças