POEMA DE MENINOS E MENINAS DE RUA ( 48 )

SABE, FLAVINHO

O SEU INESPERADO GESTO

NÃO ME DEU TEMPO

DE ARRANCAR DE SUAS MÃOS

O MALDITO REVÓLVER.

O MESMO REVÓLVER

QUE VOCÊ ME DIZIA

QUE ERA O SEU GANHA PÃO.

SABE, FLAVINHO

MORRI UM POUCO TAMBÉM

NÓS ÉRAMOS AMIGOS

SOFRÍAMOS JUNTOS

FOMOS PARCEIROS DE REFORMATÓRIOS.

VOCÊ ME FALAVA

QUE MORRERIA PELO SEU REVÓLVER

QUE O FIM ESTAVA PRÓXIMO

EU RIA E NÃO ACREDITAVA.

HOJE CHORO SOBRE O SEU CORPO

EU SABIA QUE ESTAVA CANSADO DE TUDO

FLAVINHO, EU SÓ NÃO SABIA,

QUE TAMBÉM ESTAVA CANSADO DE VIVER.

IGOR/ 16 ANOS