Vale do Sepulcro
“Quanto vale uma vida?”
Perguntou a pequena Mariana,
que nunca teve resposta convincente
e ainda chora com muita razão.
Dorme e corda,
ou nunca dorme?
Ainda ouve o barulho de Fundão.
“Quanto vale uma vida?”
Pergunta agora o pequeno Brumadinho...
Pergunta talvez mal-vinda,
que faz lembrar uma pedra no Feijão,
aquela que sempre se descarta,
para não ferir a garganta dos homens.
“Quanto vale uma vida?”
Uma pergunta misturada à refeição
é soterrada num vale de lágrimas...
Sempre carente
Sem tradução
Nunca rima com nada
Imagem: Internet