Tudo passa…

As pernas trêmulas antes do grande jogo

As borboletas cutucando nas paredes estranhas

O frio no estômago do primeiro beijo

O gozo que devia ser eterno,

Passa!

A fome se alimentada é passageira

O choro se confortado também

O novo com o passar ficará velho,

transitando conforme a vida toca.

A memória falhará sem motivo

Talvez o algoz se torne amigo

Injustiça transforma-se em justiça

Toda comoção será esquecida

O primeiro tiro passou errando

O segundo foi perdido ao léu

Um terceiro quiça existiu

O próximo mandou pro hospital

Não satisfeito, dispararam mais setenta e seis

Alguns aleijaram outros assassinaram

Até a morte, descanso infinito,

no momento que os olhos fecham,

Passa!