SINOPSE POLÍTICO-PROLIXA - Luiz Poeta RJ Brasil
SINOPSE POLÍTICO-PROLIXA - Luiz Poeta – Luiz Gilberto de Barros
20 h e 27 min do dia 28 de setembro de 2014 do Rio de Janeiro.
Já começou a temporada eleitoral:
Pobre daquele sem TV alternativa
Que tem que ver um bando de caras de pau
Mentir de novo sobre a mesma roda viva.
É todo mundo se tornando candidato,
Com cada nome mais estranho que os demais,
Que até parece muito mais que um desacato,
Interpretado pelas leis eleitorais.
É o Tiririca, é o Carlinhos da Linguiça,
É o Zé Palhaço, é a Tia do Curau,
É a Brigite, a Drag Queen, o João da Missa,
É o Pateta, o Seu Madruga, o Catatau.
A educação é sempre o tema preferido:
Todos defendem sempre o tempo integral,
Mas se esquecem que educar perde o sentido,
Quando a família já não é mais ideal.
Pobres dos filhos sem os pais todos os dias
À exceção de um domingo ou feriado
E as professoras, mais que mães, são sempre as tias
Tentando dar – sem receber – o seu legado.
Querem criar só um depósito de gente
Em uma sala que possui tanta criança,
Que o professor precisa ser mais que um docente
E ensinar outra matéria: a esperança.
Ao passo que, se cada turma só tivesse
Quinze educandos para cada professor,
Cada mensagem de amor que ele trouxesse
Demonstraria muito mais o seu valor.
Alguém dirá que falta verbas, que é impossível !
...se não há grana, por que tanta construção
Desnecessária, arbitrária, inexequível,
E a ignorância comandando a evolução.
E a saúde ? ...é tanta gente nas sarjetas
Contaminadas de um sombrio corredor,
No chão, sem macas, esquecidos , sem muletas
Sem enfermeiro, sem maqueiro, sem doutor.
Nas propagandas, só promessas não cumpridas:
Hospitais novos, modernos equipamentos
E um governo... fraternal... salvando vidas !
... que hipocrisia ! Baixa nos medicamentos ?
E alguns planos de saúde tem um dono
É um parente de um político qualquer,
Que vota as leis, deixando sempre no abandono
A infeliz que paga a dor com o que tiver.
Ora, que bando de ladrões profissionais,
Querendo sempre os dez por cento de milhões
De tantas obras, empreiteiras, Petrobrás
E o povo pobre se iludindo por tostões
Safras recordes, risos para o facebook
Mas nas estradas lamacentas, as carretas
Sempre atoladas não se movem nem a muque
E a verba pública escondendo essas mutretas.
Desmatamentos sem ponteiros de minutos,
Represas falsas sepultando fauna e flora
E as madeireiras cujos donos são tão putos,
Que só condenam as indústrias lá de fora.
Ninguém se mete, há tanta gente envolvida,
Tanta patente presa a tanto ministério
Que a própria gente que vê a mata ferida,
Vê cada morte transformar-se num mistério.
E todo mês alguém nos rouba algum dinheiro,
São os grilheiros do tesouro nacional,
E ainda exigem do operário brasileiro
O custo inteiro do seu ganha anual.
E enquanto a foto esconde os dentes cariados
Desses coitados que acreditam na eleição,
Os mais votados, com caninos implantados
Ficam vidrados nos “veios” que sugarão.
Lembrar a máfia não é mera coincidência
São várias castas, são famílias, filhos, netos,
Querendo pôr os que são seus em evidência
E ameaçando seus antigos desafetos.
São militares expulsos querendo um cargo,
Presidiários, político processado,
Pobre do povo que só sente o gosto amargo
Quando percebe que outra vez foi enganado.
Profissionais analisando por inteiro
O ponto fraco dessa gente infeliz,
Que enriquece muito mais o marqueteiro
Porque acredita nas mentiras que ele diz.
Sinceramente, ao ver as caras no out-door,
De alguns ladrões do imposto que a gente paga,
Nunca se sabe qual deles é o pior
Porque o que pensam se assemelha ao que se caga.
Socialistas degustando caviares,
Champagne francês, nos restaurantes mais grã-finos
E os estudantes pueris juntando os pares
Com seus pensares, teses vãs e desatinos...
Mas o pior é que por mais que a gente creia
Num candidato por ter cara de honesto,
Seus aliados sempre estragam sua ceia...
E a Justiça “Cega” julga cada gesto ?
São tantos Judas nas cadeiras de um juiz
Votando sempre a favor de um rico vil
Que ninguém sabe mais se um pobre infeliz
Ainda acredita na justiça do Brasil.
A propaganda vende o seu produto falso;
No cadafalso o teu olhar nem vê a corda
No teu pescoço... mas quem vive em teu encalço
É o vendedor da roupa falsa que ele borda.
E assim tu votas na palavra e não nos atos,
Teu desacato é reclamar para as paredes;
E enquanto lavas a gordura dos teus pratos,
A água suja é que mata as tuas sedes.
A propaganda vai doando seus convites,
Tu ficas triste...pois receias aceitá-los,
Mas se te aceitas, meu amigo, não evites,
O que tu podes produzir, ao rejeitá-los.
A mídia mente, eleitor, nunca te iludas;
A tempo muda... e o que é que tu conquistas ?
Uma simplória solidão, se te desnudas
Da emoção, a ilusão é o que avistas.
Tudo tornou-se uma metáfora... a mentira
É uma hipérbole ou quem sabe, um eufemismo
E o povo pobre demonstrando sua ira
Depois que entende o que é capitalismo.
Eta cambada descambada para o mal
Organizada mais que o crime organizado,
Esculhambando o contrabando marginal
E enviando grana para o outro lado.
Desamparado, tu só tens uma atitude:
Votar naquele candidato que te apraz
Ou contentar-te com aquele que te ilude
E elegê-lo, pois promete muito mais.
Enquanto isso, eu aqui, estarrecido
Ante as mentiras que ouvi a vida inteira
Vendo na tela da TV, mais um bandido
Filosofando sobre a mesma roubalheira.