No tranco

Não sei se no pranto

Dessa dor mal servida,

Chorava eu ou Deus

Dessa vida divertida.

Sabia que há muito,

De nada valia rezar,

Se muito, olhava o céu,

No mais, era deixar.

Deixar o tempo passar,

Deixar tudo pra lá.

O todo são duas metades,

Que mais se pode esperar?

Mas ainda, por hábito,

Tranquei porta e janela,

Enquanto tiros riscavam

Os becos da favela.

stelamaris
Enviado por stelamaris em 30/07/2019
Código do texto: T6708054
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