Sou Preto, Não Marginal!

Todo dia é tapa na cara

De mãos carnais e ataques verbais

É o ato de marginalizar

Minha pele preta

E que se dane a voz que te ajuda

Tentando dizer como você é

Mascarando o preconceito de tua escolha

Criminalizando com desejo de consolo

É faca na língua, corta na lábia

- Onde você viu gente de bem assim?

Soco no estomago e cuspe no rosto

Dizendo que no fundo é pro teu bem-estar

Pare de marginalizar a minha história

Se tu mesmo não a sabes buscar

Minha cor não é rótulo de futuro

Meu cabelo não é estampa de marginal

Dane-se que nem todos veem assim

Esse é o motivo de eu estar aqui

Pra dizer que o que me define

Não está em tua forma de agir

Todo dia uma surra nova

Com luvas de veludo e sapato de metal

Descendo o meu sangue pelo peito

Que não pode sequer revidar no falar

Você fala da minha história

Fala da minha cor e do meu cabelo

Abre a boca e rasga o peito

Pra dizer como devo ser

Mas aprende por fim, só peço respeito

Minha cor, minha pele, meu cabelo

Aceita minha essência acima do teu preconceito

Eu sou preto, não marginal!

Maicon Lopes
Enviado por Maicon Lopes em 30/07/2019
Código do texto: T6708620
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