ROSA DOS VENTRES

Oriente do meu corpo

que carrega o meu Karma

num algo que me acalma

nas praias claras ao nordeste

cidades que me habitam

multidões que me aviltam

falhas alegres me fendem

ao sol que se dá ao leste

E ao norte em que não me reconheço

entristeço-me ao olhar no seu espelho

fantasio a fome que sei, meu adereço

arremedo do que sai ao meu encalço

ao norte, bem ao norte do meu

desleixo

E ao ocidente do meu corpo tão só

razão que desencanta meu coração

nexo que fermenta o raio alucinante

mata que incendeia em mudo suicídio

arroio inquieto que ocupa o vazio

planalto que descortina desumano

amazonas que me encharca de rios

continente que me deixa em delírios

...

Ah,e ao sul do meu frio corpo

o minuano me semeia

o trigo me apetece

no azul celeste dos olhos

coxilhas de sua cintura

a neblina de seu sexo

brancura que me fascina

que incendeia o meu corpo

lá bem abaixo do rosto

sul do meu soft desejo.