VALORES

Às vezes eu penso
que muita gente
pensando ter evoluído
perdeu o seu rumo
e displicentemente
anda de carona
no rumo alheio.
 
E de repente,
Sem se dar conta
Adota o ódio do outro
A intolerância do outro
E gradativamente
Torna-se outro.
 
Seus valores são outros.
A família e certos amigos,
Que não “evoluíram”
Tornam-se árdua obrigação
Nos fim de semana.
 
Ah, como eu amo a balconista
Que me sorri por traz do balcão
Como eu admiro a diarista
Cumprindo sua tarefa
Enquanto canta uma canção
O gari que me acena
A quitandeira da esquina...
Essa gente “não evoluída”
Desarmada de opinião,
Comprometida, tão somente,
Com o que manda seu coração..