A Cidade dos Mortos-vivos

Muito se falou de política e corrupção

E pouco de poesia.

Alardearam a violência e a morte

E pouco de humanidade.

Professaram uma fé de interesses

E pouco se ouviu de Deus.

Venderam sucesso e prosperidade

Embalados em uma mortalha de ouro

E a vida foi renegada e jogada em vala rasa.

Venderam diplomas de Doutor

Mas se esqueceram do manto

Da sabedoria em algum sótão empoeirado.

Palavras foram proferidas para falar de nada

E o Templo da Verdade foi profanado

Com teorias inovadoras e... Inúteis.

A mão que afagou em doce

Acalanto foi a mesma que num

Gesto insano desfechou o golpe fatal.

Vendeu-se a honra e o caráter

Em feira livre como queima de estoque.

Chamou-se de antiquado e ultrapassado

Quem se indignou com o mau-caratismo,

Vendido com estardalhaço em horário nobre.

Desgraças e maldades foram expostas

Como carne em açougue em telas de LCD

Para deleite da morbidez e das taras humanas.

Estoques de ações e papel-moeda

Ultrapassaram nas Bolsas de Valores

O valor de seres subumanos

Que degradados ao limite

Morreram em becos imundos,

Diante do mural da hipocrisia.

Este é legado que deixaremos para

As novas gerações como um futuro promissor?

A Cidade dos Mortos-Vivos?

João Drummond
Enviado por João Drummond em 11/02/2020
Código do texto: T6863680
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