Navio negreiro

Os navios negreiros

os mulatos guerreiros

se afundaram num mar

de sangue

A carta assinada

a senzala escancarada

revelando um olhar

de diamante

Olhar de um povo abandonado

humilhado e ensanguentado

alvo de chutes e pedras

Ilustra para cegos

surdos e desonestos

o descaso ocorrido em nossa terra

Em um Brasil colorido

é um grande desperdício

pintá-lo apenas de vermelho

Entre favelas e edifícios

engravatados e mendigos

suicidam por medo e desespero

Entre bordéis e coletivos

prostitutas e andarilhos

consequências dos navios negreiros

soltam um grito de dor e desespero

através das vielas e praças

denunciando o horror e a desgraça

que se instalou em nossas terras

que desviou nossa verba

e segregou a união da nossa raça

Então um canto de amor entoa

canções e orações

clamando por atitudes e ações

Mas o povo permanece parado

condenados apoiando o carrasco

que oferece um mundo de ilusão

Bruno Alme
Enviado por Bruno Alme em 12/05/2020
Reeditado em 12/05/2020
Código do texto: T6945484
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