OS GENERAIS DO CENTRÃO


"Pronto capitão!"
- disse o general ao seu patrão.
"Fui à reunião ministerial, sim senhor,
mas pare de me dá ordens
com todo esse palavrão, por favor!"

"Minha opinião sobre a reunião,
tenho sim, patrão:
a ata inteira enfeitada de palavrão...
Pelo menos, na frente de gente,
pare de ser patético e antiético".

"Assim (
driblando):
pra não dizer "Superintendência da Polícia Federal",
que, em si, já é um nome estrambótico,
diga só (PF),
que é pra não pegar mal

e me parece um palavrão mais patriótico, claro,
na hipótese de o vídeo vir a ser analisado pelo STF".

"O quê?...  O que é STF? Não sabe não, patrão?!...
É que o senhor já se acostumou com palavrão.
Aliás, pra um "cavalão" isso é até coisa normal.
STF quer dizer: Supremo Tribunal Federal...
O quê?...
O presidente é quem manda, tem supremacia?!...
Pare também de fazer tanta confusão,
porque ainda estamos numa democracia".

"O quê, meu amado capitão?!...
Eu mudar a versão do que o senhor disse na reunião?!...
Eu não posso mentir, eu sou um general ! . . .
Tá bem, tá bem, sim senhor, chega de palavrão!
Sou seu subordinado, sim senhor.
Vou tentar enganar os magistrados do Tribunal,
conforme o senhor mandou".


"Mas eu continuo insistindo, capitão presidente,
que general não mente, só cumpre obrigação.
Vê o general interino de um ministério, outro dia,
quando disse para a Organização Mundial da Saúde
que aqui estão trabalhando em completa harmonia
os governos municipais, estaduais e a União?!...
Tem mentira maior do que essa,
que somente ao senhor e à sua manada interessa?!"...

"Meu colega general mentiu, presidente.
Não mentiu mais porque não é civil.
Só não mente somente na sua opinião, capitão,
a quem ele é estritamente subserviente.
Pô ! . . . - Submissão que o mundo nunca viu !...
P.Q.P. ...
- desculpe os palavrões com o senhor aprendido,
meu capitão patrão maluvido".

"Mas - saiba - isso aqui está mais parecido
com aquela ditadura de PRIMEIRO DE ABRIL, não?!...
Quanta mentira nascida nos poderes constituídos ! . . .
Não lembra?!...
Pois, não fosse aquela ditadura
você hoje não seria capitão,
patente para a qual nunca esteve à altura.
Quem sabe, seria mais um (...) do CENTRÃO !" . . .

"Pra falar a verdade,
se lembra do que eu cantei na sua posse para a multidão?

SE GRITAR PEGA LADRÃO,
NÃO FICA UM NO CENTRÃO...

Vamos dançar, capitão???...
Ih ! . . .
Pelo visto, o STF e o povo honrado desta nação
não vão aceitar esta minha versão.
VAMOS DANÇAR, CAPITÃO".
Fernando A Freire
Enviado por Fernando A Freire em 20/05/2020
Reeditado em 20/05/2020
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