…” É um fato consumado”

“Deitado eternamente em berço esplêndido”.
Quando, quando pelo povo,
por nós há de se erguer?
“Brilhou no céu da pátria neste instante”?
O brilho do metal visto pela minoria
que desconhece a fome, a miséria,
o frio, a dor de ver o filho fenecer.
“Oh Pátria amada, salve, salve”.
Isto é o grito pela reformulação,
pela divisão através dos homens,
dos patriotas, acima de tudo, seres,
mas humanos.
“Se o penhor desta igualdade”.
Onde, em que ponto, qual o lugar?
Ah, hino bem formulado,
mas apenas cantado, decantado,
nunca analisado, posto em uso.
Apenas em fraca e rápida percepção,
abusei do papel, da tinta,
para macular meu pensamento,
relembrando apenas estes versos.
Outros estão aí, apenas escritos,
para servirem as ocasiões festivas
ou póstumas, só, nada mais que isto.
Mas enfim, cada nação tem sua bandeira,
seu hino e um povo, nós também, claro;
só que somos cordeiros.
O levante só para aplausos, emoções
em arquibancadas por um gol,

pela cabrocha semi nua que desliza
jogando as cadeiras na passarela.
Enquanto isto, repousamos em berço,
mesmo que seja esplêndido,
a nação o é, apenas o povo é medíocre,
aqui também sou povo, portanto…