O POETA, O POLÍTICO, O ÓDIO E A MORTE

Em meio à solidão cósmica e aos adjetivos mais deploráveis

Nivelado por baixo, pelo nível da escória

Execrado, rotulado: pela lente do ódio, observado

Sugado, massacrado, entrecortado pela navalha da vingança (pelos interesses obscuros e egoístas)

Os de longe? Veem com receio, devaneiam suas suposições...

Os de perto? À espreita da queda, do voraz inferno, do fogo eterno, da lama, do caos, do medo, da predominância do mal...

O que querem?

Jogar a flor cuspida, ao pé da lápide!

Lançar na face gélida e morta, o dedo em riste!

O que mais querem?

Sapatear, dançar na chuva

Nas negras luvas, contar os dias, contar as contas, contabilizar seus investimentos, perdas e ganhos

Ah... mundo tacanho, sacana, bandido!

Melhor seria nunca nisto ter se metido! (Aquele que imaginava fazer o bem, promover o progresso além, promulgar a carta-magna da esperança). O que resta? A ganância!

O ódio? Avança! Alavanca o mundo das relações triviais. Alcança os corações - outrora hipócritas e, agora, desnudados... revelados.

Qual o som mais sedutor aos seus ouvidos?

O som do vil metal escorrendo pelos seus dedos (manchados de sangue), que se lambuzam em suas bocas carnudas e pútridas.

Versos da dor do poeta intruso na política - e que dela sai!

Nilvan Oliveira
Enviado por Nilvan Oliveira em 14/08/2020
Código do texto: T7034886
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