Evolução!

Tal qual um parafuso torto,

Anacrônico.

Não me encaixo nas engrenagens

que movimentam, ruidosas

este mundo industrial.

Sou de metal estranho.

Não magnético, sem peso

Duro e que facilmente se desfaz.

Um metal frio e pouco maleável.

É a evolução!

Porcas apertam rodas

Chaves controlam mentes

Motores de idéias rangem

Tudo comprimido entre chapas

de ferro enferrujadas.

Robos que matam à fome

comem, famintos, a vida.

Andrajos nas ruas?

Passado imperfeito deletado!

Pessoas desumanas dentro da TV!

Entretenimento sadio para

Felizes famílias de mentira

Que jantam sopa de graxa,

e suco de óleo diesel.

Mas, ouve-se ao longe,

À esquerda da montanha de estanho

Uma voz que grita,

Um choro que soluça.

"Vida? Onde está a vida?"

E cala-se, então,

a verdade mais ímunda.

Elton Veloso da Silva
Enviado por Elton Veloso da Silva em 21/10/2007
Reeditado em 14/02/2016
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