Evolução!
Tal qual um parafuso torto,
Anacrônico.
Não me encaixo nas engrenagens
que movimentam, ruidosas
este mundo industrial.
Sou de metal estranho.
Não magnético, sem peso
Duro e que facilmente se desfaz.
Um metal frio e pouco maleável.
É a evolução!
Porcas apertam rodas
Chaves controlam mentes
Motores de idéias rangem
Tudo comprimido entre chapas
de ferro enferrujadas.
Robos que matam à fome
comem, famintos, a vida.
Andrajos nas ruas?
Passado imperfeito deletado!
Pessoas desumanas dentro da TV!
Entretenimento sadio para
Felizes famílias de mentira
Que jantam sopa de graxa,
e suco de óleo diesel.
Mas, ouve-se ao longe,
À esquerda da montanha de estanho
Uma voz que grita,
Um choro que soluça.
"Vida? Onde está a vida?"
E cala-se, então,
a verdade mais ímunda.