Acorrentado
O fogo que Prometheus presentou a humanidade
É o mesmo fogo que vai nos tirar a sanidade
A chama que se apaga em meu coração
Não é a mesma que se alastra pela sociedade
Esta é a chama da desilusão
E ela queima além da obviedade
A banalidade é o extintor subjetivo
Que causa a chama na natureza
Onde por causa do nosso egoísmo ativo
Perdemos toda a essência da beleza
Árvores viram poeira
Livros evaporam como madeira
A fumaça cega a humanidade
Deixando-os loucos pela normalidade
O fogo é chicote do homem com fome
Que perpetua a sua dor na nossa alma
Porém continuamos a agir com calma
Pois somos incediários sem nome
A culpa é de todos e de ninguém
Procuramos a ideia para ser o alguém
Mas não há ideia que esconda este delito
De criar-mos e ajoelhar-mos perante um mito
Criador e criatura
Nossa relação se resume à decepção pura
Aos poucos o fogo queima o tempo
Consomem a nossa morada, nosso templo
Em breve seremos orfãos perdidos
Pois sem terra estaremos destituídos