Fome

Ó Deus dos esfaimados,
Os estômagos rogam em prece
Desfaz esta maldita peste
Dai pão aos esfomeados!
Saciai a quem padece
Castigai quem te conteste.
Ao homem não permitas
Que aos semelhantes explorem
Deixando-os à triste míngua
De língua em riste, na miséria
Ó Senhor de toda bonança,
Olhai para os arrimos da fome
São desvalidos e inválidos
Da fartura, sem esperanças
Nada bebem, nada comem
São zumbis, anêmicos, pálidos.
Seres tétricos sem lembranças
Cadavéricos e esquálidos.
Aguardam assim a má senhora
Órfãos da fortuna e da sorte
A chegada da vil ceifadora
Para alimentá-los com a morte.


 
Edmar Claudio
Enviado por Edmar Claudio em 20/11/2020
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