Sobre listas, tarefas e egos - Chegando com o pé na porta de Vidro

Antes de dizer o que tenho pra dizer

Tenho que sobreviver depois dos 27

É que meus hábitos são meio boêmios

Meu hálito tem Bhoemia no meio,

Uso Métodos feios, de rasgar a garganta pra combater a ignorância

Troquei de droga pra combater a ânsia só

Fiquei calada pra conservar a garganta

E quem eu queria salvar não veio

Li mais livros pra ser um pouco mais política

Rasguei certas páginas pra ser um pouco mais crítica Fatores existencialistas ser Regiane criada e Abelha nascida, operária

Fudida até na sorte,

Desconfiada da bússola fugindo da norte

Entendida que operar é mais que fazer cortes

Já paguei as contas, matei as onças, paguei muito de louca.

Desleixada por não lavar a louça

Choveu demais lá fora e me esqueci de apanhar a roupa,

Tá chovendo aqui dentro esqueci que apanhar mágoa, o resto

Quando entrar não repare a bagunça

Espero que ano que vem de menos tiros que dei, ritmo frenético

Cê já viu uma planta crescer saudável a base de sintético ?

Cresce, rápido, só não trata epiléptico

Eu quero tá viva no dia em que eu morrer

Deixei pegadas, não sou apegada aos versos

Mente aberta juntamente com as pernas

Eu entendo regras, não seguro as rédeas

Sou alérgica celas,

Sinto falta das cavalgadas,

As falas não são mal interpretadas

Eu falo de sexo pra dar um relaxada

É que viajo pra caralho, sou rodada

Largada, ainda sou lagarta

Com asas, sem casulo

Quando me ofereceram casa

Eu ofereci um Beck

Entregue aos esteriótipos,

Reparei a apatia quando aparei meu Black

Eu já não sei tô feliz com meus métodos, com meus zeros, a direita

Ganhei 10 falando mal dos brancos

É que na dúvida sou preta,

Sem treta, reafirmar o que sou o tempo todo gerou mais incerteza

Na dúvida eu pedi outra breja

Alcoolismo não é bonito,

Mas beleza não põe a mesa

Preparação pra vitória é aprender humildade,

Não montar a própria estante, de troféus

ser foda é desgastante

Mas minha autoestima é grande, me sinto gigante com meus chinelinho,

Enquanto falo do mano que roubou o pisante do pretim

Que é a cara do Junim que mora perto do primo do Vizinho do Marquinhos que sempre volta do trampo sozinho, não repara na moça que passa rezando pra Deus, pois falta menos da metade do caminho

Ser Deus é profissão e ele não trampa sozinho

É que a desgraça alheia também é desgraça pra mim

Essa pra quem tá no mesmo egocentrismo que vivo:

Não peço paciência de quem apanha calado

Mas sabedoria é necessária pra quem ensina como curar as feridas

Não nego que erro no trampo mas o trampo que carrego é certo.

Mas fazer texto sobre mim é tipo listar meus próprios egos.

Regiane Abelha
Enviado por Regiane Abelha em 09/12/2020
Código do texto: T7131852
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