Pandemia de falência mental
Da rotina e das tradições
Consignado a rituais constrangedores
Cativo de corações empedernidos
Rotinas tediosas, anos mal-vividos,
Demônios de todas as cores...
Escravo de práticas enraizadas,
Prisioneiro de metáforas exauridas
Colecionador de tipos de feridas,
Repetições idiotas calcificadas
E marcham batalhões na sociedade,
Nenhuma surpresa no horizonte,
Hordas de zumbis bebem da fonte
Da água podre da mediocridade.
É natal, é carnaval, o ano-novo chinês!
Casamento, formatura, aniversário,
Todos reféns do calendário,
Quando acaba, começa outra vez!
Pandemia de falência mental,
A falta de criatividade impera
Estultice, o símbolo da nossa era,
Ao diferente a pecha de anormal.
À mesmice chamamos tradição,
Não sei se gosto ou se me acostumei,
A rotina é uma droga à qual me viciei,
Terei perdido o poder de dizer 'não' ?
Tradição? É falta de coragem de mudar,
É honrar o que não era para ser,
É repetir por não ser capaz de fazer
É voltar a dormir antes de se levantar.
Tradição é copiar por não saber criar,
É imitar por preguiça de entender,
É limitar o que poderia acontecer,
É, por fim, entregar-se sem lutar!