Sou

LXII

Sou o meu irmão

o irmão do meu filho

o filho da evolução,

sou a propria

sou a minha constipação.

A evolução fez-me homem

sem fé o homem,

o verdadeiro,

a verdadeira dor de cabeça

que pode comprar o dinheiro.

Sou os meus actos

a minha palavra talvez,

mentiroso e ladrão,

este pesado respirar

sou a minha propria religião.

Senhor do meu quarto

do meu destino,

senhor das minhas calças(?)

e desta vontade de delas sair

desta hipnose de liberdades falsas.

Sou toda a dor que o dinheiro pode comprar

sou a droga

a dose que vou buscar,

o proprio narcotráfico,

a verdade que tenho de carregar.

Estou com sede

mas não estou pedrado

estou em evolução,

afogado em comprimidos,

( deve ser tradição).

Sou um vandalo

toma conta de mim.

Sou um nome que ouço gritar

penalidade assinalada algures,

só mais uma para pagar.

Sou a ultima cor do espectro

e o ódio envolvente,

a terapia que vede e isola

o esboço do método,

a febre espanhola.

Sou o reflexo do meio

comportamento que não é unico,

como algo ao jantar

e já estou preso

ao avião prestes a despenhar.

Transpiro tinta,

deixo-a entrar em mim

para assinalar o progresso

desta oca evolução,

que descrevo neste verso.

E posso carregar o que não acredito,

melhorar o comprtamento,

adoptar esta realidade,

reduzir as lágrimas

e calar a verdade.

Mas não posso ignorar

que os meus sonhos são feitos de pedra

que vivo numa gerra de numeros a entra no bolso,

que começo a duvidar

que já nem sou este nome que ouço.

miguel lopes

miguel lopes
Enviado por miguel lopes em 17/11/2005
Reeditado em 29/12/2006
Código do texto: T72690