POBRE NÃO TEM CULPA

Da varanda do apartamento só vejo muros e lamento.

Lamento pelas criancinhas inocentes sem liberdade,

Pagando pelos erros de homem avaros, sem qualidade,

Que por ganância fomentam na Terra só sofrimento.

O povo pobre que vive sem saúde e educação

Em locais sujos com degetos à beira da porta,

Só é considerado humano em época de eleição,

Pelo político para quem só o seu voto importa.

E quando esse político eleito comete erros capitais,

Prejudicando o seu país, seu município, seu estado,

São publicadas matérias em todas as redes sociais,

Que o eleito pobre o elegeu e, portanto, é

o culpado.

Mas quem não tem cultura e luta para vencer a fome,

Vivendo na miséria jamais poderá ser responsabilizado,

Pois a pior doença que pode abater um homem,

É ver seu filho pedindo comida, raquítico e esfomeado.

E essa criança que vive na rua a pedir uma esmola

Só por milagre de Deus poderá ser um doutor,

Pois vive pelo sistema penalizado, não vai a escola,

Direito que a falta de vergonha do mau político ceifou.

Mas quem sabe a sorte do Brasil poderá ser mudada

E cheguem pessoas que poderão ver na pobreza,

Nåo uma aglomeraçåo de corpos que servem de escada,

Para alguns políticos que têm farta comida à mesa.

E o pobre deve pensar melhor e, numa eleção,

Tentar escolher candidatos que queiram realmente mudar,

A forma de divisão de rendas nesta grande naçåo,

Só assim não veremos crianças nas ruas

a mendigar.

Bira Gelgo