Nação de ferradas, feridas, ferraduras

Estrume

Tipos exóticos desfilando o florescimento

Das conhecidas, piores, feridas.

O vazio nos trouxe tubos de ensaio

Dos mais íntimos horrores,

o supremo supra sumo,

O pior dos nossos piores

Agigantado por inquietante imobilidade.

De todos.

Metamorfoseados

Em ratos estáticos.

Ódio e intolerância em ebulição,

Exaltação de todas desigualdades,

Trazendo um peso cada vez maior

Aos fracos e combalidos

Cresce uma sociedade que vira o rosto

Como forma de política social

E traduz educação por confinamento

O gado se mescla no pior/melhor de si

E ascende ao trono inexistente

Reluzente serpente emplumada

Orgulhosa de sua peçonha

No lodaçal junta -se e cresce o estrume

Fezes das bocas desatinadas

Orientando, ou quiçá desnorteando,

Uma nação sem lastro.

No borbulhar das baboseiras

Nossa carteira e nosso futuro assaltados.

Abandonados e absorvidos

Restamos nus e famélicos

Sob tempestade mais e mais inclemente.

Envergonhados e amarelos, sempre amarelos,

Alguns regurgitam o sapo por seus monstros

Outros simplesmente assoviam

Um tímido bolero.

De toda moita surge um envergonhado "Não eleitor".

A relinchante e reluzente criatura

Espalha ao Planalto seu milho e seus asseclas

Abutres milicianos em animosa revoada

Testam a tenra carne da decaída brasilidade

Seu gado relincha, estruma e escoiceia até mesmo aos supremos poderes.

STF em banho Maria

Digerindo suas criadas criaturas.

Jumento sem cérebro e com faixa

As portas do Hades e junto do Cérbero nos tem posto

E a grande dolorosa expectativa:

Mesmo ante a chama e estes cascos

Continuaremos deitados eternamente

Fossilizados impávidos colossos?!