O mar

Intenso, imensidão sem fim

águas em profusão

Vertiginosamente bravias

Que se quebram na areia mansa

As pedras sonham paradas

Os alforriados de agora

Sem cores definidas

Lutam bravamente

Sorriem por fora

Choram por dentro

Do alto, pássaros vigiam

Os servos do sistema atual

Os senhores donos do feudo

Tal qual outrora capitalistas

Patrimonialistas, dizendo se liberais

Inventa as regras de mercado

Que só os beneficia

A fome assola, o mar

Continua com seu zumbido

Zunindo como dantes

Acrescentado uma música

Batuque de gente

Gente, que vem de longe

Ver o mar, o vento, a praia

E as pedras inertes

Açoitando o ar

Como se fosse o lombo

Do escravo que por aqui chegou

Chorando, sofrendo toda sorte de agruras

Agora seus descendentes sonham com um mundo

Melhor pra se viver

E quem sabe um dia

desfrutar desta alforria e serem libertos de verdade...

Luiz Carlos Zanardo
Enviado por Luiz Carlos Zanardo em 09/11/2021
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