Depois do trem das 7

Levava a velha guitarra sua companheira

Chegou na estação com o sol bolinando as estrelas

Não se despediu de ninguém para não deixar

Que alguém olhasse nos seus olhos e lhe visse chorar

O vento frio, o assobio e o fio da navalha

A dilacerar seus últimos dias de batalhas

A vida é uma lamina de aço e sua alma retalha

Por quem os sinos dobram tarda mas não falha

Ao longe o apito do trem no romper da aurora

Lentamente se aproxima é o trem das 7 horas

Pelos campos e cidades, por becos e lares ele passará

Porque o trem das 7 passa em qualquer lugar

Seu ponto de partida é por todos programado

No trem, só viaja quem tem bilhete carimbado

Nele o por que do bem e o mal andarem lado a lado

Todos os segredos e mistérios nele serão revelados

E o trem de todos nós agora segue a sua estrada

E nele vai o condutor em mais uma jornada

Queria ver a sua cara quando perceber que há um desertor

Que desistiu dessa viagem e se mandou pro céu num disco voador

E tem nego que acredita que o poeta agora vai dormir de touca

Ah! Ele vai é zumbizar feito abelha africana e pousar na sopa

De quem nasceu apenas para ser metamorfose ambulante

Até porque tem gente que age como se nada lhe fosse o bastante.

Por isso é chegada a hora da gente fazer aquilo que ele fez

Não há presente sem passado e o futuro diz que agora é nossa vez

E tentar outra vez é tudo aquilo que a gente sempre mais ouviu

Senão como disse o poeta contentem-se com o mingau e vamos ALUGAR O BRASIL!

E fim de papo!!!

petronio paes frança
Enviado por petronio paes frança em 17/11/2007
Reeditado em 17/01/2011
Código do texto: T741402