FEMINICÍDIO

Monstros de olhos verdes, azuis ou pretos.

Ataques físicos e verbais,

Em casa, devoram a alma, "canibais"!

Crimes violentos, vícios secretos.

"Lobos" do eu, do ego e da dignidade.

Covardes, "vestidos" de maridos,

Absurdos em tempo moderno,

Mulheres vivendo esse inferno,

Mais do que corpos, os egos feridos.

"Surras" de palavras grossas,

Dores tuas, dores nossas!

Tão doloridas quanto tapas,

Quentes papas;

Frios do medo.

A brutalidade do feminicídio

Nem sempre se dá com a morte do corpo,

Mas a matança da alma,

Da nulidade da dignidade da mulher,

Nas mãos de quem deveria amar,

Mas dedica-se a matar,

Matar a cada dia,

Aquilo que um dia

Pensou-se que era amor,

E a esse horror,

Digamos: basta!

Ênio Azevedo