PEQUENO CAÇADOR
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Caçador Pequeno
Não é adulto
Ainda é criança
Mas já não lhe pertence o sonho
Que voou através do tempo
Nas asas da imaginação
Eliminando o domínio da vontade
Pequeno corpo que precocemente
Se habitua a exigência do trabalho
Erro social que o obriga
Caçar para alimentar
A sobrevivência frágil
Caçador pequeno
Rosto marcado de tristeza
Olhar vazio
Não sabe fingir
Aceita a dor das diferenças
Que lhe domina a alma
Sem vontade de aprender
Ou desistir
A injustiça seduz desatenta
Agride cuspindo lágrimas
Transfigura à alegria
Das novas descobertas da vida
No lugar da educação
Anônimo como os pés descalços
Feridos da ferida
Das diferenças sociais
Desafiando o destino e a Fé
Pois pobreza não é vontade de Deus
É apenas má vontade
Dos que governam
E elaboram leis
Caçador pequeno
Pequeno caçador
Rodeando o mar como as patas
De um predador
A recolher migalhas de
Figuras duplicadas
Que se derramam sem produzir
Sombras no chão
Não deixa restos da infância
Não guarda sobras de alegria
Nem mágoas
Mantém apenas a esperança
De um futuro sem a neblina
Da fome
Que obriga Crianças
Deixarem de ser crianças
Cedo demais
caritasouzza