MÃO FECHADA

Pilhado de dificuldades

Ainda insiste em viver

Abdica de tua teimosia, pobre infeliz!

És um subproduto da desigualdade

És um estorvo, um pária da sociedade

Um ignorante, não sabe o que diz.

Recolhe teus farrapos

Que mal cobre este teu corpo que definha

E blasfema um anátema contra Deus.

És um amontoado de miséria e lixo

Um invisível, um anti cidadão, um bicho,

Um errante com um destino que mereceu.

Eu sou a mão que a solução te oferece

Afundando-te ainda mais no charco que mereces

Para que sucumbas de forma extrema.

És aquele que engrossa a fila dos desesperados

Num labirinto aprisionado

Sou a mão do teu carrasco...

Sou a mão da nova ordem...

Sou a mão deste sistema....

Néo Costa
Enviado por Néo Costa em 14/04/2022
Reeditado em 19/09/2022
Código do texto: T7495281
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