Vox Populi: As tradições que Refazem os Brasis

Estimo teu asco deliberadamente

Sinto muito professor, eu não convenço

Não pertenço as viagens que fazes

Tampouco bebo do cosmopolismo da cidade

Teu jardim de frases soltas e contemporâneas

Sempre visitado a cada cinco minutos

Para ensaiar vantagens em jantares

E performar o intelectual despojado de toda a gente

Parece frustrado entre ossos e notas de dez

Olhos erguidos, meu querido. Eles precisam do teu corpo esguio

Para profanarem suas projeções convictas. És tu, um pequeno espelho

Já se amontoam esperando tua performance naturalizada entre talheres

Mastigo o teu cortejo, engolindo cada falcatrua

Diabetes a cada mordida desta carne sem estima

Aonde está meu colágeno? O desprezo é afrodisíaco

A espera adoece uma gengiva tão adoecida de cortes secos

Financia a tragédia disposta

Insinue a elegância da estética

Se a verdade é inatingível

Você pode molda-la com tua intenção

Masco beijos como um poeta define corpos

Eu conto nomes como contas de rosário

Eu rezo para seringas escondido das crianças

Enquanto houver dramas, haverão ouvidos

A resina dos dentes escorre e encobre monólogos

Eu juro que tentei, morri três vezes por excesso

Tua influência acusou meus olhos de boto

Mas eram alegorias do vampirismo sentimental

O desgosto é o hotel mais caro desse país

Um feitiço cor pus que invade a sala de espera

Não não era um hospital, tampouco uma catedral

Eram ecos de uma arcada dentária impossível...

Pierrot Ruivo
Enviado por Pierrot Ruivo em 10/09/2022
Código do texto: T7602785
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