Luxúria
Surgiu a unha, o dedo
A palma e o pulso
Depois o verde de veludo
Que subia ao ombro e caia
Como que por pura rebeldia
No colo, colar de esperança
Facetado com precioso esmero
No ventre carrega a criança
Fruto de infortúnio adultério
Beleza sufocada, corselete de prata
Mascara o pecado
Nos olhos ambição e lascívia
Que subtraem qualquer valia
Seu trunfo é a criança
O grande golpe que quebrará a banca
Mas o que ela não espera
É que nos olhos da criança
Encontrará a esperança
Que lhe estenderá a mão
Abrirá seu coração
E lhe trará a redenção.