O Arranha-céu
Alta construção luxuosa
onde a vida é doce como mel
mas na sociedade impiedosa
os de baixo, provam do fel
Lá reside a luxúria
e a linguagem é ostentação
não há espaço pra lamúria
onde esbanjam diversão
A construção, é sua façanha
A construção, é seu troféu
mas a Construção, só arranha
Ela nunca alcança o céu
Os deuses do prédio, não olham pro chão
esquecem que nada é eterno
mas quanto mais alta for a construção
maior será a queda, do céu ao inferno
Prédios colossais, não tocam o paraíso
quem não anda entre seus iguais, eu antipatizo
esses seres boçais, me lembram o conto de narciso
quem se vê acima dos demais, se afoga em egoísmo
Esse símbolo da extravagância
um resquício da torre de Babel
é filhote da ganância
apenas Arranha-céu