Fome
Nos faróis entre os carros
Em frente aos supermercados
Em todo o canto
Há mãos estendidas
E bocas que se abrem em desencanto
Contando sua miséria
Suplicam ajuda
Ameaçam ajuda
E os carros passam de janelas fechadas
E nos supermercados,empurrando carrinhos
apressam os passos...
E vão, olhando pra lá e pra cá,às vezes, olhadas rápidas para trás
E vão
fazer suas compras comentadas...
E entre caros e nada em conta
Vão pagar a conta
E a conta...
É a conta de todos os dias trabalhados
Fisicamente, mentalmente, politicamente correto
E vão, em vão vieram, levaram quase nada que precisavam
Na verdade,só medo e decepções.