Fome

Nos faróis entre os carros

Em frente aos supermercados

Em todo o canto

Há mãos estendidas

E bocas que se abrem em desencanto

Contando sua miséria

Suplicam ajuda

Ameaçam ajuda

E os carros passam de janelas fechadas

E nos supermercados,empurrando carrinhos

apressam os passos...

E vão, olhando pra lá e pra cá,às vezes, olhadas rápidas para trás

E vão

fazer suas compras comentadas...

E entre caros e nada em conta

Vão pagar a conta

E a conta...

É a conta de todos os dias trabalhados

Fisicamente, mentalmente, politicamente correto

E vão, em vão vieram, levaram quase nada que precisavam

Na verdade,só medo e decepções.

Regina Martins Vita
Enviado por Regina Martins Vita em 02/04/2023
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