PALAVRAS A TROCO DE BANANAS

Parece um comércio,

Quem fala mais.

Quem convence mais.

Se até um sorriso entregando um oi ilude,

Imagine o estrago que faz um eu te amo da boca pra fora.

É perverso falar sem sentir,

É agressivo mentir e subtrair.

Nessa contra mão os valores se invertem,

As palavras se soltam facilmente.

E se perdem no eco vazio,

Na contradição entre o falar e o sentir,

Ninguém sai ileso.

Responsabilidade afetiva é coisa de gente corajosa,

Que fala pouco e age muito.

Quem pede desculpas,

Deve mostrar sua necessidade.

Quem aceita deve ser honesto sem falsidade.

O elogio se torna indulto se não for sincero,

É como o vento que ao invés de refrescar,

Sopra poeira no olho e desnorteia tudo.

Até às lágrimas entram no pacote banalizado,

Sendo forjadas no intuito de convencimento.

O algoz no papel de vítima,

Apelando a todo custo o merecimento.

Palavras mal encaixadas,

Deixam tudo bagunçado.

E faz do outro um caça palavras incompleto.

É como ter um endereço nas mãos,

E não chegar ao destino por não saber ler.

E mesmo que saiba,

O dito,o escrito parece ser de outro idioma.

Não era para ser tão banal,

Ninguém assume o papel do borsal.

A razão arrasada se despedaça no chão,

Perde feio na quebra de braço para emoção.

Muitos se acham,

Coitados,estão perdidos.

E no mercado falta cola,

Para consertar os corações partidos.

As mentiras repetidas,

É um dedo sem dó na ferida.

Cada palavra mal ensaiada,

Parecem sair de um texto teatral.

Todas banalizadas feito folhas no vendaval.

Arrancando mascaras sem consentimento.

Discurso bonito que até causa encanto,

E nenhuma atitude sai do canto.

Banalizaram as palavras,

Mudaram os sentidos sem avisar.

Ainda teimo apostar,

Que libras a linguagem de sinais,

É quem mostra sentimentos mais reais.

Obra de BRIONE CAPRI Direitos Autorais Reservados a o Autor